21 de maio de 2022
ContatoMesmo com um cenário adverso
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), defendeu nesta terça-feira (10) o andamento das reformas administrativa e tributária ainda em 2022, e disse que vai manter os dois projetos na pauta do dia.
“As reformas continuarão na pauta do dia. Nós temos que entregar a reforma administrativa, que está pronta na Comissão e precisa do apoio de todo empresariado brasileiro”, destacou Lira em um evento com empresários nos Estados Unidos.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), em janeiro, afirmou que gostaria que a reforma administrativa avançasse no Congresso em 2022, mas ponderou que o período eleitoral pode dificultar este processo.
“Nesses anos onde existem as eleições para presidente, para senadores e para deputados também, são anos difíceis, não tem negociação. O parlamentar, no final das contas, ele vê onde é que ele vai pagar o preço com aquele voto contrário ou favorável à tal proposta”, destacou o presidente.
Um levantamento feito pela CNN considerando as três últimas eleições revela que o número de projetos aprovados na Câmara é menor em anos eleitorais quando comparado ao primeiro ano de legislatura. A exceção foi 2018, quando Michel Temer não concorria à reeleição, avançando a agenda de reformas sem medo de desgaste.
Carlos Pereira, cientista político e professor da FGV, compartilha a visão de que os candidatos não querem “arcar com os custos políticos no ano em que o pescoço dele está em prêmio”.
“Quanto mais tempo ele aloca em Brasília, na atividade parlamentar propriamente dita, ele compromete a sua estratégia de reeleição”, destaca.
Mesmo com um cenário adverso, Arthur Lira acredita que as pautas podem ter avanço em 2023, pois avalia que, após as eleições, manterá o tamanho de sua base de influência, que conta, hoje, com quase 300 deputados.
Ele crê ainda que, independentemente de quem vença as eleições presidenciais, o Congresso continuará de centro-direita, liberal e reformista.
Porém, Pereira entende, neste caso que “nenhuma força política será majoritária no próximo Congresso”.
“Requer que o novo presidente seja hábil o suficiente para construir uma coalizão majoritária capaz de dar suporte a essa agenda de reformas que o próximo presidente necessariamente terá que enfrentar, independente de quem venha a ser o eleito”, coloca.
Fonte: CNN Brasil
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados